Você tem o costume de ouvir podcasts e áudiobooks? E acha difícil e cansativo encontrar alguns minutinhos livres para ler textos em sites e blogs na internet durante a correria do dia a dia? Acredite, você não está só.
Estes foram os motivos que levaram a carioca Paula Pedroza a criar a Audima, uma tecnologia que transforma conteúdo em áudio e já está presente em cerca de 4 mil domínios na internet, contribuindo assim para a inclusão digital. A ferramenta é de fácil instalação em sites e é feita de maneira gratuita ou paga, com assinaturas mensais a partir de R$ 59,90.
Muitas pessoas podem se beneficiar com o Audima, inclusive os deficientes visuais (19% apresentam alguma deficiência no Brasil), os portadores de presbiopia (30% têm vista cansada) e até mesmo analfabetos ou semianalfabetos, que representam cerca de 25% da população.
No blog Café e Informação – que apoia o movimento #audioinclui – convidamos Paula Pedroza para um bate-papo.
Poderia contar um pouco mais sobre você? Como surgiu a ideia da Audima?
Eu sempre tive muita dificuldade de ler textos na internet por conta do brilho das telas do computador e dos smartphones. Eu sentia falta de poder também ouvir os conteúdos.
Toda vez que eu queria ler algum texto online, tinha muita dificuldade. Por isso sempre preferi ouvir a ler. Sempre buscava audiobooks e podcast ao invés de artigos escritos.
Foi por um problema pessoal que eu entendi que, além de existirem pessoas como eu, outras pessoas com deficiências ou que não sabem ler poderiam ter o mesmo problema. Foi dessa dor que a Audima nasceu.
Percebi que a tecnologia podia ser a solução para tornar as coisas mais fáceis ou até tornaria as coisas possíveis para um grupo de pessoas. Vi o quanto o áudio poderia ajudar a sociedade a causar um verdadeiro impacto social. Foi assim que a causa encontrou a Audima e trouxe uma motivação que me ajuda diariamente a superar todas as barreiras.
A funcionalidade é parecida com os audiolivros e também com ferramentas com áudio para telas, apesar desta tecnologia ter uma voz meio robotizada. A Audima, neste caso, disponibiliza diferentes vozes e opções para definir a velocidade da narração e torná-la mais natural?
A tecnologia da Audima foi cuidadosamente desenvolvida para funcionar na grande maioria dos sites, ler somente o título e os textos principais das páginas através de uma única instalação. Uma vez que é instalado todos os artigos passados e os futuros terão uma versão em áudio.
Para quem vê de fora, pode parecer parecida com outras tecnologias, mas não é. Na verdade é bem complexa e específica para esse cenário. Além disso, oferecemos diferentes opções de vozes e diferentes opções de velocidade da voz.
Quantas vezes a barra do play da Audima foi visualizado até o momento? Teria o número de sites que o utilizam?
É difícil precisar, pois a cada segundo o numero de visualizações aumenta. Já tivemos mais de 4.000 instalações somente no Brasil.
Existe a versão free e a paga. Quais são os valores? É uma assinatura mensal?
Sim, é uma assinatura mensal. Temos uma versão gratuita com anúncios para sites com até 70.000 page views (visualizações de páginas). O custo da nossa versão paga depende da quantidade de page views do site e a quantidade de caracteres gerados mensalmente. Temos assinaturas mensais a partir de R$ 59,90.
O Arquivo Nacional, a Fundação Ronald Mcdonald´s, portais de notícias e até universidades contam com o conteúdo de suas páginas da internet em áudio. Como têm sido o feedback das pessoas e a adesão ao movimento #audioinclui?
Recebemos muitos emails de usuários de sites nos agradecendo por nossa tecnologia. São idosos, pessoas com deficiências visuais e até estudantes dizendo que o áudio facilitou a interpretação de artigos de estudos. Além disso, os portais nos reportam feedbacks muito positivos de seus usuários.
Quais são as perspectivas para a Audima? Como você enxerga um aumento da acessibilidade na internet tanto para deficientes visuais quanto para pessoas que preferem ouvir um conteúdo por falta de tempo ou por opção? Fique à vontade se quiser adiantar alguma novidade em primeira mão.
Sabemos que o assunto acessibilidade e inclusão vêm crescendo no Brasil e acredito que a tendência é de que o interesse se estenda para a web. Nossa estratégia é informar aos responsáveis por sites que essa iniciativa é importante, afinal basta uma pessoa instalar para que todos os usuários dos sites possam apertar um play e se informar de forma simples.
Existe uma lei, a Lei da Pessoa com Deficiência (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência ou Estatuto da Pessoa com Deficiência) que diz que todos os sites de empresas e órgãos públicos devem ser acessíveis e inclusivos e torcemos para que essa lei seja cada vez mais fomentada.
Sabemos também que estamos vivendo a revolução do áudio, e que audiobooks e podcasts nunca foram tão populares. As pessoas estão mudando a maneira como consomem informação até por falta de tempo, e o áudio também facilita a vida dessas pessoas.
Vivemos no império da visão e sabemos que quando falamos de informação fornecida em textos escritos, estamos falando de um formato que não inclui a todos. Somos uma startup com um sonho grande, queremos que um dia todos os textos na internet também possam ser ouvidos e estamos alçando voos para outros mercados fora do Brasil.
2 respostas
Sou a Beatriz Ribeiro, e quero parabenizar você pelo seu
artigo escrito, muito bom vou acompanhar o seus artigos.
Visite meu site lá tem muito conteúdo, que vai lhe ajudar.
Muito obrigado, Beatriz. É muito legal que você tenha gostado do nosso post e mais ainda que será seguidora do nosso blog.